sábado, 1 de agosto de 2015

Kadafi e a Mauritânia


Sexta-feira.
Durante visita à Livraria do Chain em Curitiba para encontrar alguns livros sobre o império persa, encontro um professor da Mauritânia. O livreiro Chain nos apresenta e fala que temos algo em comum, a admiração por Kadafi da Líbia. O pequeno país africano, com pouco menos de 4 milhões de habitantes, é uma república islâmica. Passamos a conversar e ele me contou a seguinte passagem: “Nas proximidades de Nouakchott, a capital da Mauritânia, havia uma faculdade de agricultura que trazia muitos benefícios aos pequenos e médios camponeses da região. O projeto era ambicioso mas faltava recursos financeiros. O então presidente Mohamed Ould Abdel Aziz visitou a Líbia e teve um encontro com Muamar Kadafi. Falou sobre a situação da faculdade e disse que o país não tinha condições de arcar com as despesas da escola que estava sendo ampliada, algo em torno de 1 milhão de dólares anuais.

Kadafi ouviu as explicações, viu fotografias da faculdade e dos agricultores beneficiados, e disse o seguinte: - A Jamahiriya Líbia vai doar à faculdade hoje 10 milhões de dólares, para bancar a ampliação em andamento, e vai doar 1 milhão de dólares anuais para manter a faculdade.

E a palavra de Kadafi se cumpriu integralmente, e enquanto ele viveu, a faculdade foi beneficiada, retirando centenas de agricultores do atraso.” Falei a ele sobre as dezenas de projetos que a Jamahiriya Líbia patrocinava, levando alimentos, remédios, médicos e dentistas às nações mais pobres da África. Este relato ilustra a realidade da Jamahiriya Árabe Popular Socialista da Líbia. Um pequeno país rico em petróleo que usava sua riqueza em benefício de seu povo e do continente africano.

Fosse Kadafi um monarca como os sauditas ou kataris, que usam suas riquezas para ostentar luxo e patrocinar terrorismo, talvez estivesse vivo, gozando do apoio dos governos ocidentais imperialistas, e da imprensa ocidental mercenária. Mas, como Kadafi era um homem honrado, generoso, honesto, caiu em desgraça diante das forças que dominam o mundo.

A Líbia de Kadafi, a Jamahiriya Árabe Popular Socialista da Líbia, era uma jóia não apenas do mundo árabe e da África, mas de todo o mundo. Um pequeno e valente país que deu exemplos a toda a humanidade, e por isso pagou um preço muito alto. Hoje o país foi destruído pelos militares da OTAN (governos dos EUA, França, Inglaterra, Israel, Canadá, entre outros).

Uma destruição programada para permitir que as riquezas da Líbia - petróleo e gás – sejam saqueadas pelos países citados. Entretanto, como dizia Kadafi, “o deserto é fértil”, e um dia um novo Kadafi surgirá das areias do deserto para empunhar sua bandeira e continuar a luta por liberdade, justiça, honra e soberania.

José Gil